Entrevista concedida ao editor-assistente Marcel Salim
Durante o LG Digital Experience 2009, evento promovido pela companhia sul-coreana LG Electronics para a apresentação de novos produtos e estratégias para o mercado brasileiro, o diretor de marketing da filial no Brasil, Eduardo Toni, concedeu uma entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil e ao InvestNews.
O executivo comentou o impacto da crise mundial sobre o resultado financeiro da LG, tanto por aqui como na Coreia do Sul. Eduardo Toni ainda respondeu a perguntas sobre competitividade, investimentos e publicidade, além de revelar as apostas da companhia para este ano nos diferentes segmentos em que a empresa atua.
Confira também o conteúdo da entrevista a seguir:
A LG Electronics é a segunda maior fabricante de produtos eletrônicos da Coreia do Sul e, aqui no Brasil, é líder na área de eletrônicos de consumo e dispositivos para a comunicação móvel. A companhia sentiu os efeitos da crise financeira internacional no último trimestre de 2008. A matriz da empresa registrou um prejuízo líquido de US$ 493 milhões entre outubro e dezembro, o que representou o primeiro resultado negativo em sete trimestres. Já no Brasil, a situação foi diferente, não é mesmo?
Eduardo Toni - Sim. A LG Electronics no Brasil apresentou um faturamento de US$ 2,8 bilhões no último trimestre, ante US$ 2,5 bilhões registrados em igual período do ano anterior. Apesar de não atingir a expectativa de US$ 3 bilhões, o crescimento foi satisfatório e é atribuído aos produtos inovadores e de alta tecnologia que trazem ao consumidor brasileiro o que há de melhor em design e comodidade. A gente se preocupa muito em oferecer produtos que agregam valores à vida dos consumidores.
De que forma este crescimento no faturamento da LG Electronics no Brasil colaborou para os resultados globais da companhia no ano de 2008?
Eduardo Toni - Esta pergunta é muito importante. A LG Brasil é uma operação estratégica para o grupo LG. Para que possamos ter uma ideia, a nossa unidade é a segunda maior em faturamento no mundo. Ela perde apenas para a filial nos Estados Unidos. Naturalmente, esta é uma comparação injusta se considerarmos o tamanho do mercado e o poder de renda do consumidor norte-americano mediante o brasileiro.
Por ser a segunda maior entre os mais de 40 países em que a LG atua, a unidade no Brasil é muito importante para o grupo LG. Isso faz com que tenhamos no País um investimento permanente em tecnologia e marketing, o que nos possibilita trazer ao consumidor brasileiro os produtos que são lançados lá fora, quase que de forma simultânea. Sem falar naqueles que são desenvolvidos exclusivamente para o mercado brasileiro.
Por ser a segunda maior entre os mais de 40 países em que a LG atua, a unidade no Brasil é muito importante para o grupo LG. Isso faz com que tenhamos no País um investimento permanente em tecnologia e marketing, o que nos possibilita trazer ao consumidor brasileiro os produtos que são lançados lá fora, quase que de forma simultânea. Sem falar naqueles que são desenvolvidos exclusivamente para o mercado brasileiro.
Em se tratando de lucros e vendas, qual a perspectiva da companhia para 2009, principalmente levando em consideração o período turbulento observado no fim do ano passado?
Eduardo Toni - O ano de 2008 foi muito bom até o terceiro trimestre. Se o ano tivesse terminado em setembro, teria sido "memorável". Infelizmente, tivemos o problema da crise mundial chegando ao Brasil no início de outubro, impactando os resultados do último trimestre. Naturalmente que as vendas, de uma forma geral na nossa indústria, apresentaram queda em relação ao terceiro trimestre e ao mesmo período do ano anterior.
Na mesma tendência, imaginávamos que os primeiros três meses de 2009 seriam difíceis. Sazonalmente, o primeiro trimestre já é fraco para vendas, principalmente por conta da "ressaca" do natal e do reveillon, além da concentração muito grande de impostos, o que diminui os gastos dos consumidores e, consequentemente, afeta as vendas de produtos de maior valor agregado.
Com a deterioração do cenário econômico internacional, esperávamos que as vendas caíssem ainda mais neste ano. E isso realmente tem se confirmado. Nossa expectativa é que, no começo do segundo trimestre, a situação volte a sua normalidade. Esperamos ter bons resultados no Dia das Mães. Eu diria até que desejamos aos nossos consumidores que deixem suas mães mais felizes e comprem bastante produtos. Acreditamos sim que o segundo trimestre será um período de recuperação.
Na mesma tendência, imaginávamos que os primeiros três meses de 2009 seriam difíceis. Sazonalmente, o primeiro trimestre já é fraco para vendas, principalmente por conta da "ressaca" do natal e do reveillon, além da concentração muito grande de impostos, o que diminui os gastos dos consumidores e, consequentemente, afeta as vendas de produtos de maior valor agregado.
Com a deterioração do cenário econômico internacional, esperávamos que as vendas caíssem ainda mais neste ano. E isso realmente tem se confirmado. Nossa expectativa é que, no começo do segundo trimestre, a situação volte a sua normalidade. Esperamos ter bons resultados no Dia das Mães. Eu diria até que desejamos aos nossos consumidores que deixem suas mães mais felizes e comprem bastante produtos. Acreditamos sim que o segundo trimestre será um período de recuperação.
Mudando de tema, a matriz da LG Electronics na Coreia do Sul anunciou em fevereiro um corte de US$ 2,2 bilhões em custos e previu uma queda de 20% nas vendas globais. Na ocasião, o grupo LG revelou que não iria promover novas demissões, mas também não descartou esta possibilidade. Você acha que a filial no Brasil poderá, em um futuro próximo, ser afetada?
Eduardo Toni - Nós não temos planos de demissão. Nos estamos saindo de um momento de baixa sazonalidade. Eu acredito que a partir de abril o mercado voltará a crescer e, portanto, não temos a intenção de demitir. Em relação à redução de mais de US$ 2 bilhões em custos, eu gostaria de mencionar que o grupo LG (holding) faturou em 2008 um pouco mais de US$ 46 bilhões. Quando dizemos que houve um corte de US$ 2 bilhões, isso representa menos de 5% do total das nossas receitas.
Portanto, não é uma situação dramática diante do que tem sido visto e divulgado pela Gazeta Mercantil e pelo InvestNews nos últimos meses. Se você avaliar e comparar os resultados da LG com o de outras empresas, você verá que nossos números são bastante satisfatórios. Enfim, este corte não é dramático a luz do cenário em que estamos vivenciando atualmente.
Portanto, não é uma situação dramática diante do que tem sido visto e divulgado pela Gazeta Mercantil e pelo InvestNews nos últimos meses. Se você avaliar e comparar os resultados da LG com o de outras empresas, você verá que nossos números são bastante satisfatórios. Enfim, este corte não é dramático a luz do cenário em que estamos vivenciando atualmente.
Vocês são a unidade brasileira da LG Electronics. No entanto, muitas das notícias que informamos no dia a dia são referentes a matriz na Coreia do Sul. No dia 10 de fevereiro, Nam Young, CEO da LG Electronics, afirmou que a companhia irá centrar as atenções nos principais mercados emergentes para elevar em 30% a presença da empresa nestes países. O Brasil é um destes mercados emergentes?
Eduardo Toni - O Brasil é uma economia emergente no mundo. A LG Brasil, no entanto, não é um mercado emergente para o grupo LG. Nosso faturamento por aqui é muito grande. Nossa unidade já passou da fase de emergente e se tornou uma realidade. A filial brasileira representa quase 10% do faturamento global da empresa e, os investimentos que foram feitos por aqui no passado, continuam sendo realizados atualmente e o resultado disso aparece a cada balanço.
Naturalmente que, quando falamos sobre as operações no Brasil, nossas expectativas não são tão grandes como as mencionadas pelo nosso CEO. Mas é obvio que temos sim uma previsão de crescimento para os próximos anos.
Naturalmente que, quando falamos sobre as operações no Brasil, nossas expectativas não são tão grandes como as mencionadas pelo nosso CEO. Mas é obvio que temos sim uma previsão de crescimento para os próximos anos.
Você mencionou os investimentos feitos pela LG no Brasil. Aproveitando a oportunidade, nós sabemos que a demanda por produtos eletrônicos nos Estados Unidos e na Europa declinou nos últimos meses. Por conta disso, o grupo LG pretende compensar este recuo na demanda apostando na unidade brasileira? Os investimentos por aqui podem aumentar em 2009?
Eduardo Toni - Bom, a crise é global. Alguns países são afetados, outros menos. Naturalmente que os efeitos da crise mundial no Brasil não são uma "marola", mas também temos a certeza de que não é um "tsunami".
Não podemos dizer que conseguiremos compensar por aqui algumas perdas que unidades em outros países possam apresentar no futuro. O que pretendemos neste ano é manter nossos investimentos, inclusive ampliar os gastos com marketing. Acreditamos que, neste momento de crise, só quem for criativo e pensar positivo poderá ter resultados satisfatórios.
Portanto, acho difícil analisar sobre este ponto de vista que poderemos cobrir o déficit que outras unidades do grupo poderão ter ao longo do ano.
Não podemos dizer que conseguiremos compensar por aqui algumas perdas que unidades em outros países possam apresentar no futuro. O que pretendemos neste ano é manter nossos investimentos, inclusive ampliar os gastos com marketing. Acreditamos que, neste momento de crise, só quem for criativo e pensar positivo poderá ter resultados satisfatórios.
Portanto, acho difícil analisar sobre este ponto de vista que poderemos cobrir o déficit que outras unidades do grupo poderão ter ao longo do ano.
Falando agora sobre competitividade e grandes concorrentes que a LG Electronics possui nos diferentes segmentos em que atua, qual o market share da companhia nas áreas de telas finas (LCD e plasma), telefonia celular, monitores (informática) e home theater? E qual a principal aposta da empresa neste ano em cada segmento para driblar a concorrência?
Eduardo Toni - Começando com a área de telas finas, A LG possui 34% de market share no Brasil. Nossa companhia é líder neste segmento e constantemente amplia a sua participação no mercado. Para o primeiro semestre de 2009, a aposta da LG é no "Time Machine Digital", uma tecnologia desenvolvida exclusivamente pela nossa companhia. É um produto que foi lançado há dois anos e que fez bastante sucesso por aqui. O aparelho tem a possibilidade de gravar sua atração ou filme preferido para que você assista no horário que lhe for conveniente.
Em relação à telefonia móvel, a LG não é líder nesta área. Nós ocupamos a segunda posição no mercado com um market share de 23%, segundo dados auditados. Nossos produtos são focados basicamente nos segmentos Mid e Premium, com alta tecnologia e design diferenciado. Para este primeiro momento, o destaque da LG é o "Arena", um aparelho multimídia com interface em 3D - o que também é um diferencial da LG, pioneira neste recurso - e com vidro temperado, ou seja, não risca.
Na área de monitores, nossa empresa é líder no mercado brasileiro com 32% de market share e, desde que a LG chegou ao Brasil, nós focamos neste segmento. É interessante que esta liderança nos obrigou a trazer ao País uma série de produtos, como notebooks e, agora, o "Netbook". Esta é a nossa aposta em 2009. É um aparelho com menos recursos e menor capacidade de armazenamento. É pratico e portátil, direcionado para consumidores que desejam acessar a Internet e consultar alguma planilha ou editor de textos. Vale ressaltar que o equipamento possui apenas 1,1 Kg.
Já no segmento de home theater, possuímos um market share de 24%. Nossa grande aposta é o Scarlet, que além de ter um design alinhado com a tv do mesmo modelo, é um produto wireless que possibilita ao consumidor acessar e assistir no sofá da sua casa vídeos do YouTube. Além disso, o aparelho é compatível com blue-ray.
Em relação à telefonia móvel, a LG não é líder nesta área. Nós ocupamos a segunda posição no mercado com um market share de 23%, segundo dados auditados. Nossos produtos são focados basicamente nos segmentos Mid e Premium, com alta tecnologia e design diferenciado. Para este primeiro momento, o destaque da LG é o "Arena", um aparelho multimídia com interface em 3D - o que também é um diferencial da LG, pioneira neste recurso - e com vidro temperado, ou seja, não risca.
Na área de monitores, nossa empresa é líder no mercado brasileiro com 32% de market share e, desde que a LG chegou ao Brasil, nós focamos neste segmento. É interessante que esta liderança nos obrigou a trazer ao País uma série de produtos, como notebooks e, agora, o "Netbook". Esta é a nossa aposta em 2009. É um aparelho com menos recursos e menor capacidade de armazenamento. É pratico e portátil, direcionado para consumidores que desejam acessar a Internet e consultar alguma planilha ou editor de textos. Vale ressaltar que o equipamento possui apenas 1,1 Kg.
Já no segmento de home theater, possuímos um market share de 24%. Nossa grande aposta é o Scarlet, que além de ter um design alinhado com a tv do mesmo modelo, é um produto wireless que possibilita ao consumidor acessar e assistir no sofá da sua casa vídeos do YouTube. Além disso, o aparelho é compatível com blue-ray.
Fonte: Gazeta Mercantil
Acesse: www.gazetamercantil.com.br/
0 comentários:
Postar um comentário