Chegou a São Paulo o conceito inglês de hub, espaço colaborativo onde as pessoas trabalham em projetos que têm como missão tornar o mundo melhor
Para onde ir se você tem uma ideia que pode mudar o mundo? É com esta frase que o administrador Pablo Handl, 31 anos, começa o convite de apresentação de seu recém-criado negócio em São Paulo, chamado The Hub. Trata-se de um espaço de coworking, ou trabalho colaborativo, em que pessoas das mais diversas áreas – de operadores do mercado financeiro a empreendedores sociais e executivos – trocam experiências, lançam projetos e geram negócios, mas também se inspiram, aprendem e relaxam. Criado em 2005 na Inglaterra, o conceito espalhou-se por 16 cidades de quatro continentes e agrega hoje 3 mil membros, todos unidos em torno de uma causa comum: fazer o melhor para o planeta. No ano passado, começou a funcionar também em São Paulo. “Mais do que um local de trabalho, somos uma incubadora de inovação”, afirma Handl.
Uma porta discreta, sem nenhuma identificação, serve de entrada para o The Hub, localizado num espaço de 500 metros quadrados na região central de São Paulo. O ambiente é amplo, sem paredes, com pé direito alto e uma iluminação natural que se sobressai à artificial. Não há ar condicionado. O calor é amenizado com a circulação do vento, uma forma de economizar energia (assista ao vídeo e veja como é o local). Alugado em 2006 e em funcionamento desde agosto do ano passado, o espaço foi pensado pelos próprios usuários como uma forma de reaproveitar materiais já existentes no local e gerar o mínimo possível de resíduos. A decoração descontraída lembra a de escritórios de empresas como o Google, com pufes espalhados pelo chão, redes e até camas gigantes, que podem ser usadas para reuniões informais ou pelos filhos dos associados. “Queremos facilitar a vida das pessoas, ao permitir que tragam para o trabalho todos os elementos da vida, no lugar de separar tudo”, diz Handl.
O fato de ser um espaço leve e divertido não faz do The Hub menos profissional. Quem trabalha no local tem metas e obrigações tão objetivas quanto as adotadas por empresas convencionais. E os negócios são variados. A criação de um veículo urbano compacto e individual, adequado a grandes centros, é uma pequena amostra do que está sendo discutido ali. O ambiente contempla ainda projetos como o do Instituto Ecotece, um centro de estudos e desenvolvimento de práticas para se vestir com consciência.
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Em um ambiente descontraído, os membro do Hub tocam seus negócios usando a infraestrutura do local |
O que é: espaço de trabalho colaborativo onde pessoas com diferentes projetos são unidas em torno de uma causa social O fundador: Pablo Handl, 31 anos Quem participa: empreendedores sociais, executivos, freelancers Quanto custa para se associar: de R$ 34 a R$ 665 ao mês, dependendo do pacote e do porte da empresa Onde fica: região central de são Paulo |
Filho de refugiados políticos, Pablo Handl nasceu na Argentina e se mudou com os pais para Viena ao completar seis meses. Foi criado na capital austríaca, formou-se em administração, música e teatro, fez intercâmbio na Índia e trabalhou na Holanda. Mas não se deu por satisfeito. Ele queria retornar à América Latina. Há mais de três anos no Brasil, optou por abrir o The Hub em São Paulo, com a intenção de se aproximar de pessoas com boas ideias. Na época ainda sem o visto de permanência – portanto, ilegal no país – não pôde pedir empréstimo aos bancos. Recorreu, então, a conhecidos, que acreditaram no projeto e concederam um empréstimo social (isento de juros) ao empreendedor. Levantou R$ 150 mil e deu o pontapé inicial no negócio.
Hoje o The Hub tem 70 membros e mais de 40 redes, empresas e organizações. Além de desfrutar do espaço, de locais para workshops e reuniões, os usuários têm direito a serviços de correio, internet sem fio, telefone, biblioteca e uma cozinha simples, onde todas as terças-feiras os membros se reúnem para um lanche comunitário. Para se tornar um associado, é preciso pagar uma taxa mensal de acordo com a quantidade de horas que vai utilizar o espaço. O pacote pode variar de R$ 34, para empresas que estão começando e precisam de cinco horas de conexão por mês, a até R$ 665, para aquelas que faturam mais de R$ 100 mil ao ano e necessitam de acesso ilimitado. “Nossa intenção é unir pessoas com ideias ousadas para um Brasil melhor”, afirma Handl.
Fonte: Época Negócios
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